terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

E se eu fosse D. Afonso IV?

A história dos amores de D. Pedro e Dª Inês de Castro comove-nos por ter sido tão trágica. Mas, ... se estivessemos no lugar de D. Afonso IV, teríamos reagido e determinado a morte de Inês? Os perigos eram assim tão evidentes para o reino de Portugal? Estaria mesmo a sua independência em causa?
Deixa aqui o teu comentário crítico.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Não é um adeus, mas sim um até já

Ao longo deste tempo, tentamos aprofundar os nossos conhecimentos e dar a conhecer aos nossos seguidores a história da vida de D.Inês de Castro e do contexto histórico em que ela viveu.
Procuramos ainda saber como é que esta história se repercute nos tempos actuais. Neste capítulo encontramos poemas, livros, poemas musicados e até uma ponte actual com o seu nome.
Acabamos por descobrir aspectos que desconheciamos da sua vida, do seu tempo, do reino dessa época.
Aguardamos  o contributo de outras pessoas para dar continuidade às descobertas que fizemos num futuro próximo.

Sem mais de momento,
Margarida Pereira
Sofia Azevedo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Inês morreu

Inês morreu e nem se defendeu
da morte com as asas das andorinha
pois diminuta era a morte que esperava
aquela que de amor morria cada dia
aquela ovelha mansa que até mesmo cansa
olhar vestir de si o dia-a-dia
aquele colo claro sob o qual se erguia
o rosto envolto em loura cabeleira
Pedro distante soube tudo num instante
que tudo terminou e mais do que a Inês
o frio ferro matou a ele.
Nunca havia chorado é a primeira vez que chora
agora quando a terra já encerra
aquele monumento de beleza
que pode Pedro achar em toda a natureza
que pode Pedro esperar senão ouvir chorar
as próprias pedras já que da beleza
se comovam talvez uma vez que os humanos
corações consentiram na morte da inocente Inês
E Pedro pouco diz só diz talvez
Satanás excedeu o seu poder em mim
deixem-me só na morte só na vida
a morte é sem nenhuma dúvida a melhor jogada
que o sangue limpe agora as minhas mãos
cheias de nada
ó vida ó madrugada coisas do princípio vida
começada logo terminada.


Ruy Belo

Poema retirado do site: http://mym-pt.blogspot.com/2009/03/poemas-morte-de-ines-de-castro.html
Imagem retirada da internet

Margarida Pereira
Sofia Azevedo

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mosteiro de Alcobaça

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça está ligado à história de Inês de Castro como atrás dissemos.
Este mosteiro tem origem em 1178, foi criado pelos monges de Cister e faz parte dos monumentos nacionais, tendo o mesmo sido classificado como Património da Humanidade pela UNESCO.
Este edifício, de traça essencialmente gótica, é visitado por milhares de turistas ao longo do ano. Uma das razões para essas visitas é a presença dos túmulos de D. Pedro I e de Dª Inês de Castro.
Mas, se fizermos uma visita ao local, encontraremos outros motivos de interesse: os claustros,  as instalações dos monges, entre outras e até mesmo, um centro de artesanato local.
Gostariam de visitar este mosteiro?
Vamos proporcionar-vos uma visita guiada. Para tal clica no endereço:

 














Margarida Pereira
Sofia Azevedo 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Memória

Inês, Inês,
O tempo fere mais que o sangue!
Inês em nós,
Amor que as pedras amacia.
Memória, lume vivo,
Eterna melodia.
Águas do Mondego,
Que grito fatal vos rasgou o leito?!
Amor nascido sem medo,
Por isso verdadeiro.
Doces no passar ameno,
Madrigais de silêncio,
Soluços de nunca mais
Despertando ervas frias,
Testemunhas de punhais.
                                                                
Eduardo Aroso, In «Habitante Sensível»
          
Imagem retirada da internet.

A lamentável catástrofe de D. Inês de Castro



Da triste, bela Inês, inda os clamores
Andas, Eco chorosa, repetindo;
Inda aos piedosos Céus andas pedindo
Justiça contra os ímpios matadores;

Ouvem-se inda na Fonte dos Amores
De quando em quando as náiades carpindo;
E o Mondego, no caso reflectindo,
Rompe irado a barreira, alaga as flores:

Inda altos hinos o universo entoa
A Pedro, que da morte formosura
Convosco, Amores, ao sepulcro voa:

Milagre da beleza e da ternura!
Abre, desce, olha, geme, abraça e c'roa
A malfadada Inês na sepultura.


                                                 Bocage

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quem foram os algozes de Inês?

Inês foi levada à presença de D. Afonso IV por Diogo López Pacheco senhor de Ferreira, Álvaro Gonçálvez meirinho-mór, e Pero Coelho, todos eles conselheiros do rei.
Naquele tempo, competia ao rei aplicar a justiça, já que não havia a separação de poderes. Assim, mesmo os tribunais existentes nas diferentes regiões do país, aplicavam a lei em nome do rei e por delegação deste. Contudo não competia, nessa época, a nenhum tribunal julgar qualquer membro da família real.
Inês de Castro não era da família real, mas vivia de facto com o príncipe. Logo, tudo o que se relacionasse com ela, era assunto da casa real e, por isso, só o rei poderia tomar qualquer decisão. Como habitualmente, o rei ouvia os seus conselheiros, antes de qualquer decisão. Álvaro Gonçálvez era o meirinho-mór do rei o que significa que era o mais alto magistrado judicial do reino.
Estes senhores aconselharam o rei, tendo como ponto de partida o receio da perda de independência motivado pela influência dos irmãos de Inês e pelo muito ruído que se foi criando sobre pretendentes ao trono português.
D. Pedro, perante a morte da sua amada, revoltou-se contra o pai e iniciou uma guerra que só não teve consequências mais graves porque D. Beatriz, mãe de D. Pedro, interveio no sentido de estabelecer um consenso que permitisse a paz entre pai e filho. Foi feito um tratado onde D. Pedro se comprometeu a não perseguir, perdoar e esquecer tudo perante a presença de várias testemunhas.
Contudo, o rei temendo que o seu filho não cumprisse a promessa efectuada, aconselhou os fidalgos a saírem do reino.
Quando D. Pedro sobe ao trono, como rei de Portugal, inicia o processo de vingança. Para isso, estabelece um acordo com D. Pedro de Castela no sentido de fazer regressar a Portugal os três conselheiros de seu pai. Destes a Diogo López Pacheco, conseguiu fugir, dirigindo-se para o reino de Aragão. Álvaro Gonçálvez e Pero Coelho regressaram a Portugal, tendo D. Pedro condenado -os a uma morte particularmente cruel: a Pero Coelho foi retirado o coração pelo peito e a Álvaro Gonçálvez foi retirado pelas costas.
Passou-se isto no ano de 1360.

Margarida Pereira.
Sofia Azevedo.

Texto baseado em: Biografias Da História de Portugal – Inês de Castro, de António de Vasconcelos e coordenação de José Hermano Saraiva, volume 26.
Imagens retiradas da internet.